Durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de Rio Real, realizada no dia 12 de novembro, o vereador Kekeu do Sindicato fez um pronunciamento sobre a forte queda no preço da laranja, produto considerado o “ouro” na nossa economia. O parlamentar demonstrou grande preocupação com os impactos financeiros sofridos pelos pequenos produtores do município.
“É uma perda inesperada. Tivemos, em 2024, um aumento muito bom, mas agora, neste final de ano, as indústrias estão esmagando, não a laranja, mas os produtores. Essa baixa é inviável, improdutiva e uma atitude inconsequente por parte dos gestores das indústrias”, afirmou Kekeu.
O vereador ressaltou que manter um sítio de laranja exige altos custos e que, com o preço atual, em torno de R$ 250 a R$ 270 por planta, muitos agricultores têm enfrentado dificuldades para cobrir suas despesas e continuar produzindo.
“Para produzir uma laranja de qualidade é preciso investir, e quando o preço cai desse jeito o produtor é o mais prejudicado”, destacou.
Kekeu propôs a formação de uma comissão de vereadores para dialogar diretamente com as principais indústrias compradoras, como Top Fruit, Maratá e Sono, a fim de entender as causas da desvalorização e buscar soluções que possam beneficiar os agricultores locais.
“Podemos dialogar com as indústrias e entender o que está acontecendo para que possamos levar respostas aos nossos agricultores”, sugeriu o parlamentar.
Durante o debate, o vereador Tulezinho do Maracujá pediu a palavra e complementou a fala de Kekeu, trazendo informações obtidas em contato direto com representantes do setor.
“Hoje, por volta de uma hora da tarde, liguei para Helmo, da Top Fruit, e perguntei o que estava acontecendo. Tenho 21 anos que negocio com laranja e maracujá e nunca vi a Top Fruit comprar a prazo. Sempre adiantou o recurso. Agora estão pagando com 30 dias, e isso é inviável para quem depende do trabalho semanal para sobreviver”, relatou Tulezinho.
Segundo ele, o representante da indústria explicou que a situação se deve à queda nas vendas internacionais e à falta de espaço para armazenamento do suco, o que levou à redução dos preços e à mudança nas condições de pagamento.
“Ele me disse que os tanques estão cheios em Salvador, São Paulo e até no exterior. Por isso reduziram o preço e estão comprando a prazo. A situação preocupa principalmente os pequenos produtores, que não têm como esperar 30 dias para receber”, alertou o vereador.
Encerrando o debate, os vereadores destacaram a necessidade de união e diálogo entre o poder público e o setor produtivo para buscar soluções que garantam estabilidade e valorização ao trabalho dos agricultores de Rio Real.
Sessão do dia 12 de novembro de 2025
ASCOM, Câmara Municipal de Rio Real